UE Pressiona Google e Apple Contra Fraudes Online - Sabe o que está em causa?
União Europeia aperta o cerco a gigantes tecnológicos face ao aumento de fraudes online
A Comissão Europeia está a travar uma luta intensa contra as fraudes financeiras online, e desta vez, os alvos são nomes de peso: Apple, Google, Microsoft e Booking. A UE estima que este problema custa aos europeus mais de 4 mil milhões de euros por ano.

No âmbito da Lei dos Mercados Digitais (Digital Markets Act), os reguladores europeus já pediram formalmente informações detalhadas a estas quatro empresas. Se não colaborarem, ou se for comprovado que falham na proteção dos utilizadores, podem enfrentar multas que chegam aos 6% do seu volume de negócios global.
Apple, Google, Microsoft e Booking na mira de Bruxelas
A investigação vai focar-se, sobretudo, nos processos de verificação que a Apple e a Google usam nas suas lojas de aplicações. Os reguladores querem perceber como é que aplicações bancárias falsas conseguem passar pelas defesas de segurança, para depois roubarem dados financeiros e credenciais dos utilizadores.
Além das aplicações, as empresas vão ter de mostrar como gerem os resultados de pesquisa que redirecionam as pessoas para sites fraudulentos que se fazem passar por serviços de confiança. A Microsoft também terá de dar explicações sobre a sua Windows Store.

A Booking é a única empresa europeia na mira desta investigação. O foco aqui são os anúncios falsos de alojamento, usados para alugar casas que não existem, e os mecanismos que a plataforma tem para detetar e travar estas burlas.
Os perigos da fraude online e o papel da Inteligência Artificial
O Relatório da Tietoevry Banking mostra que as tentativas de fraude digital na Europa aumentaram 43% em 2024. As fraudes por "engenharia social" (que manipulam as vítimas) subiram 156% e o phishing 77%.
Henna Virkkunen, vice-presidente da Comissão Europeia, destaca que a criminalidade online está a tornar-se cada vez mais sofisticada, alimentada pela Inteligência Artificial. Isto torna as burlas mais difíceis de detetar, especialmente para os utilizadores mais idosos ou menos experientes com a tecnologia.
"Temos de garantir que as plataformas online fazem mesmo tudo o que podem para detetar e impedir este tipo de conteúdo ilegal", referiu Virkkunen.
Entretanto, Bruxelas também está a investigar se a chinesas Temu e Shein estão a cumprir as regras do Regulamento dos Serviços Digitais (DSA), em relação à venda de produtos ilegais nos seus marketplaces.